O Memorial dos Povos Indígenas (MPI) é um equipamento cultural administrado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (SECEC-DF) que tem como missão promover a interculturalidade, a representatividade e a pesquisa, por meio da manifestação cultural cosmológica da diversidade dos Povos Originários do Brasil, para além de manter os direitos específicos conquistados pela Constituição Federal, primar pela valorização, o respeito e a dignidade desses povos.
O Memorial dos Povos Indígenas é um espaço de representatividade dos povos originários do Brasil, sobretudo representa resistência pela busca pelo respeito e pela visibilidade de suas culturas. Apresenta como objetivo conscientizar a população sobre a importância dos indígenas no nosso dia a dia e no futuro. Esse espaço cultural representa um lugar de grande visibilidade e importância política, fortalece a luta dos povos indígenas em relação aos seus objetivos e é um lugar de grande destaque para mostrar a sua arte, a sua cultura e a sua história.
Com edifício projetado por Oscar Niemeyer (1907 – 2012) em 1982 e aberto ao público em 16 de abril de 1999. Possui planta circular, volume compacto e se desenvolve em torno de um pátio interno coberto por uma laje côncava em balanço. Os espaços expositivos se abrem para um grande pátio livre, inspirado nas aldeias do povo Yanomami, onde são realizadas apresentações e rituais.
Acervo
Em relação ao seu acervo, a sua origem deve-se à doação realizada em 1995 pelos antropólogos Berta Gleizer Ribeiro e Darcy Ribeiro ao Governo do Distrito Federal. A coleção histórica apresenta cerca de 380 obras indígenas e foi coletada entre as décadas de 1940 e 1980, pelos próprios Berta Gleizer Ribeiro e Darcy Ribeiro, além de Eduardo Galvão, Orlando Villas Boas, entre outros, e peças adquiridas da loja Artíndia/Funai. Em 2021, acrescentou-se a esse acervo, cerca de 8.000 (oito mil) peças indígenas apreendidas pela Polícia Federal na “Operação Pindorama”, em 2003, e doadas para o MPI e SECEC-DF em novembro de 2021.
Coleção Berta Gleizer Ribeiro
A Coleção Berta Gleizer Ribeiro conta com 346 itens, sendo a coleção nuclear do Memorial dos Povos Indígenas. A coleção histórica foi reunida entre as décadas de 1940 e 1980 por Berta G. Ribeiro, Darcy Ribeiro, Eduardo Galvão e Orlando Villas-Boas e foi doada em 1995 ao Governo do Distrito Federal.
Berta Gleizer Ribeiro (1924–1997) foi uma antropóloga, etnóloga e museóloga moldava-brasileira, autoridade em cultura material dos povos indígenas do Brasil. Ribeiro elaborou instrumentos metodológicos inovadores de classificação de acervos de cultura material, descritos em Bases para uma Classificação dos Adornos Plumários dos Índios do Brasil publicado em 1957, trabalho precursor do tema no Brasil. Apresentou diversos trabalhos e organizou mostras culturais nos anos seguintes, sempre com temáticas sobre cultura indígena. Recebeu o Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras (ABL), pelo livro Arte Plumária dos Índios Kaapor, em colaboração com Darcy Ribeiro. Entre 1959 e 1960, empreende pesquisa bibliográfica para a elaboração do artigo Línguas e Culturas Indígenas no Brasil e do livro Os Índios e a Civilização, de Darcy Ribeiro.
A formação de acervos de bens materiais dos grupos indígenas que estudava, constituía um de seus principais interesses. Esse colecionismo foi estendido para diversos museus, através de doações, como foi o caso do Museu Paraense Emílio Goeldi, que recebeu da antropóloga uma importante coleção Asurini. Institucionalmente, esteve associada ao Museu Nacional dos Povos Indígenas no Rio de Janeiro (antigo Museu do Índio) e ao Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atuando como pesquisadora e formadora de coleções etnográficas.
Com relação ao Memorial dos Povos Indígenas em Brasília, Berta Ribeiro foi convidada para coordenar a criação do museu. Foi dela a proposta de que o museu fosse um espaço de pesquisas e produção do conhecimento sobre as populações originárias. Além de participar ativamente das reuniões junto às lideranças e entidades públicas, Berta escreveu um plano-diretor para o museu, onde detalhou os objetivos e as propostas do novo espaço.
Pela primeira vez, a Coleção Berta Gleizer Ribeiro foi mapeada e fotografada por Eder Ribeiro Oliveira, através de contrato de consultoria realizado por meio de cooperação técnica com a Unesco (Projeto 914BRZ4020), com a supervisão de Daniele Galvão Pestana Nogueira, Zenildo Alves de Souza Junior, Mariah Boelsums e Maria Inês Alves de Souza, da Subsecretaria de Patrimônio Cultural da SECEC-DF. A organização do acervo digitalizado foi feito através do sistema livre Tainacan – plataforma online para a criação de repositórios digitais e difusão dos acervos com foco em mídias digitais, por Hellen Christyan Macedo de Oliveira e Sara Seilert da equipe do Memorial dos Povos Indígenas e suporte de Maria Eduarda Filhusi, do Instituto Brasileiro de Museus.
Conheça a coleção
Itens
Horário de Visitação
De terça a domingo, das 9h às 17h.
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Telefones
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